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A crise climática e o papel da educação

Atualizado: 26 de jul. de 2023

Por Cristina de Moraes Duarte


Nas últimas décadas, uma parcela considerável da comunidade científica tem se dedicado ao estudo das mudanças climáticas, tentando dimensionar as consequências das atividades humanas sobre o meio ambiente.


Agindo de maneira predatória em escala planetária, a espécie humana vem acentuando práticas que interferem (geralmente, para pior) nas dinâmicas e ciclos naturais da Terra.


As queimadas, os desmatamentos, a poluição dos corpos hídricos, a emissão de gases poluentes na atmosfera, a impermeabilização dos solos, o adensamento urbano, a monocultura, o acúmulo de lixo, a contaminação dos biomas e a extinção de diversas espécies são alguns dos impactos ambientais mais discutidos.

Mas é possível reverter

esse quadro catastrófico?


É preciso que acreditemos que sim. Enquanto educadores e educadoras, a esperança é um item de primeira necessidade para a construção das nossas práticas pedagógicas. Cuidar das novas gerações implica também um cuidado com o mundo e com o futuro da humanidade.


Embora a desertificação dos biomas, o efeito estufa e o fenômeno das ilhas de calor dos grandes centros urbanos sejam provocados (ou intensificados) por grupos e instituições de grande porte, cuja atuação é sempre em larga escala e cobrindo territórios enormes, as atitudes individuais também exercem influência sobre o meio ambiente.

Reverter os alarmantes índices de destruição do meio ambiente é uma tarefa urgente e coletiva.


Nós, que atuamos diretamente no cotidiano escolar, temos um papel essencial na formação ambiental e cidadã de crianças e adolescentes. Combater o desmatamento e a poluição se coloca como exercício de cidadania para todos nós, e a conscientização desses processos deve ser trabalhada desde a primeira infância.


Como no Brasil e também no Brasil!


No caso brasileiro, mais especificamente, a questão ambiental se apresenta como uma pauta fundamental para a construção dos projetos político-pedagógicos da educação básica.


De acordo com dados da organização Carbon Brief, o Brasil ocupava, em 2019, a posição de 4º maior emissor de gases poluentes na atmosfera, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Rússia, porém com propensão a ocupar o topo desse ranking macabro dentro de poucos anos.


Para sairmos desse caminho perigoso, é necessário um esforço enorme e coletivo, envolvendo a mobilização dos poderes públicos, os profissionais da educação, a classe artística, os agentes de saúde, entre outros atores sociais cujas atividades envolvam as habilidades de comunicação e a formação de opinião.


O Brasil é um país com uma imensa biodiversidade, paisagens fantásticas e uma quase infindável riqueza de espécies, que contudo são constantemente ameaçadas pela mentalidade colonial e destrutiva dos grupos dominantes.


É preciso reorientarmos a nossa atenção para os apelos da natureza; é preciso nos reeducarmos para ler e ouvir aqueles sinais que os pequenos agricultores e os povos indígenas já conhecem bem: os pedidos de socorro de uma terra que já apanhou bastante, mas ainda resiste e floresce.


É urgente assumirmos uma práxis mais cuidadosa para com o espaço e as espécies.


Ainda há tempo!


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